quarta-feira, 27 de maio de 2009

O Vigia

O Vigia

Como relâmpago incorpóreo
Medra o tosco vulto plácido
Turvo e me corrói como ácido
Nas profundezas do ser marmóreo

Assomo, o maldito vulto já corpóreo
Empedra em fosco tácito, o falecido
Recurva e se remói, no decaído flácido
As impurezas junto ao bagaço flóreo

O póstumo encantamento que perdura,
No corpulento escremento, se mistura
Numa podridão sem igual fartura

Que em virente névoa fétida, se desfaz
O pobre resto lentamente, se liquifaz...
Atentamente vigia-lhe a maldição mordaz.

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